Lula se reúne com chefes dos Poderes no Planalto: ‘Precisa de normalidade’

O presidente Lula decidiu despachar do Palácio do Planalto, durante o processo de limpeza após os atos terroristas. Na manhã desta segunda-feira (9), faz reuniões com chefes do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas. Segundo pessoas próximas ao Planalto, o principal objetivo é mostrar que o governo “não se amedrontou” em relação às ameaças e que os Poderes estão unidos e funcionando plenamente. Para Lula, dizem pessoas próximas, só há uma possibilidade: tratar o caso com seriedade e energia. O presidente deverá evitar declarações polêmicas, mas quer deixar claro que o governo federal —incluindo as Forças Armadas— estão agindo contra qualquer manifestação de golpismo. O presidente, que fazia uma visita a Araraquara (SP) na tarde de ontem, chegou a Brasília no começo da noite, já sob intervenção federal, e logo se reuniu com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, para visitar os prédios depredados. Hoje, Lula começou a manhã em uma reunião no Planalto com Rosa Weber, o ministro Roberto Barroso, do STF, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), presidente, do Senado em exercício, e o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. Além de mostrar união em torno da democracia, os chefes dos Poderes quiseram alinhar o discurso. Ao final, divulgaram uma nota. “Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras”, diz um trecho. Conclamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e a da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação.” Lula também reuniu, por cerca de uma hora, com os chefes das Forças Armadas: O ministro da Defesa, José Múcio; O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; O general Júlio Cesar de Arruda, comandante do Exército; O almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha; O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica. Houve um consenso no governo federal de que não só a PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) demorou para agir como as Forças Armadas deveriam ter se posicionado com mais peso em relação as aglomerações à frente dos quartéis. Essa responsabilidade recai diretamente sobre Múcio. Após assumir, o ministro-chefe das FAs chamou as aglomerações em chamou as aglomerações em quartéis de “manifestações democráticas”, o que gerou ruído inclusive com Dino. Nesta madrugada, o Exército impediu a entrada da PM-DF no acampamento em frente ao QG em Brasília, o que levou a uma necessidade de intervenção direta de Lula e Dino junto a Múcio para que a situação fosse resolvida, como foi nesta manhã. Lula decidiu almoçar no Planalto com o vice Alckmin e a mulher, Janja. E também adiantou a reunião com os governadores para o fim desta tarde. Inicialmente marcada para o dia 27, com objetivo de debater propostas para o primeiro semestre de governo, agora a reunião terá como único tema a segurança pública. O objetivo do Planalto é tratar o assunto como uma pauta nacional, independentemente do partido do governador, e combinar medidas e estratégias coordenadas de combate a atos golpistas. Todos os governadores foram convocados —alguns devem comparecer presencialmente, em Brasília, outros vão participar online.

Interventor nomeado por Lula diz que situação no DF está ‘controlada’

O interventor federal nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar a área de Segurança Pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou na madrugada desta segunda-feira (9) que a situação no DF está “controlada”. “A situação no DF está controlada. Daqui a poucas horas reiniciaremos as operações. Tudo será devidamente apurado. Os criminosos continuarão sendo identificados e punidos”, disse, em rede social. A declaração ocorre após terroristas invadirem as sedes dos três poderes em Brasília no domingo (8). Durante o episódio, a atuação das forças de segurança pública do Distrito Federal foi duramente criticada. O presidente Lula chegou a dizer que “houve incompetência, má vontade ou má fé” por parte da corporação. Em resposta ao ataque, o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na área da Segurança Pública no Distrito Federal, nomeando Cappelli, que é secretário-executivo do Ministério da Justiça, para comandá-la. A operação está prevista para durar até o dia 31 de janeiro. Quem é Ricardo Cappelli Cappelli é jornalista e foi escolhido pelo ministro Flávio Dino para ser o segundo no comando da pasta da Justiça. O interventor federal foi secretário de comunicação de Flávio Dino quando o ministro governou o Maranhão. O jornalista foi anunciado por Dino para compor o ministério ainda em dezembro de 2022, poucos dias após o presidente Lula anunciar Dino como ministro. Essa não é a primeira participação de Cappelli em uma gestão de Lula. O interventor atuou no Ministério do Esporte, entre 2003 e 2006, como Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social.