Suspensão do X distanciará investimentos do Brasil, segundo investidor bilionário Bill Ackman

Norte-americano é fundador da Pershing Square Capital, gestora que administra cerca de US$ 16 bilhões em ativos O investidor bilionário de Wall Street Bill Ackman afirmou por meio do X, que a suspensão da rede social no Brasil afastará investimentos do país. O norte-americano é fundador da Pershing Square Capital, gestora que administra cerca de US$ 16 bilhões em ativos. “O fechamento ilegal do X e o bloqueio de contas na Starlink coloca o Brasil em um rápido caminho para se tornar um mercado não investível”, escreveu. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a suspensão do X em todo o Brasil. Além disso, mandou bloquear as contas da Starlink no Brasil, diante da ausência de representantes do X no país. A empresa de tecnologia aeroespacial, assim como a rede social, pertence a Elon Musk. Na mesma publicação, o investidor indicou que “a China cometeu atos similares, o que levou à fuga de capitais”. “O mesmo vai acontecer com o Brasil, a menos que eles rapidamente retirem estes atos ilegais”, completou. A fala de Ackman compartilhava publicação em que Musk. Na postagem em questão, Musk anuncia o lançamento de uma base de dados diária para denunciar supostos crimes do ministro da Suprema Corte brasileira. O perfil de Ackman na rede social é marcado por compartilhamentos de postagens do ex-presidente americano Donald Trump e críticas ao presidente Joe Biden e à candidata democrata à presidência nas eleições deste ano, Kamala Harris. Fonte: CNN Brasil

Brasil: Autoridades e políticos debatem possível suspensão do X (ex-Twitter)

Plataforma não indicou representante legal no País e poderá ser suspensa Lideranças políticas do campo progressista se manifestaram depois da manifestação do X (antigo Twitter), plataforma de propriedade do empresário Elon Musk, após o fim do prazo estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federa para indicação de um representante legal no Brasil. O bilionário, alinhado a figuras da extrema-direita no cenário internacional, não atendeu a determinação judicial e a rede pode ser bloqueada em todo o território nacional. Em uma postagem, o X disse esperar que Moraes ordene a suspensão da rede social no Brasil “simplesmente por que não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos”. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu a decisão de Moraes, ressaltando que o ministro está apenas seguindo a obrigação legal. O deputado federal André Janones (Avante) destacou que o X está violando a legislação nacional, e disse que concorda com uma eventual suspensão. Marcelo Freixo, presidente da Embratur, também se manifestou pelas redes sociais, afirmando que o Brasil não é uma “republiqueta” e dizendo que as regras precisam ser seguidas. Fonte: Carta Capital

Como Elon Musk utiliza o X para se colocar na política mundial do Brasil à Venezuela

Motins no Reino Unido. Eleição presidencial da Venezuela. A forma como a Alemanha está lidando com o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Esses são apenas três exemplos recentes de como o bilionário Elon Musk se envolveu em debates políticos de outros países, longe de onde vive, no Texas. Enquanto os Estados Unidos se preparam para eleger um novo presidente em novembro, Musk não está apenas usando o X, sua rede social, para apoiar a candidatura de Donald Trump. O homem mais rico do mundo também envia com frequência tuítes para seus mais de 193 milhões de seguidores sobre questões políticas em outros países, muitas vezes demonstrando um entendimento limitado das situações locais. No Brasil, Musk chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de “ditador do Brasil” após o magistrado determinar a inclusão do bilionário como investigado no inquérito que apura a ação de milícias digitais que atentam contra a democracia. Moraes apontou que viu indícios de obstrução de Justiça e incitação ao crime nas ações de Musk. De uma perspectiva europeia, Jan Philipp Albrecht, presidente da Fundação Heinrich Böll da Alemanha, afirma: “Elon Musk traz tudo menos uma posição informativa e fundamentada para os debates aqui na Europa – o que não é surpreendente, já que ele mora nos EUA e se comunica principalmente com um público americano.” Embora as intervenções de Musk abordem uma ampla gama de questões, elas tendem a seguir um padrão semelhante. Frequentemente, o bilionário denuncia o que ele considera ideais e tendências de esquerda, que, segundo ele, contribuem para a degradação da sociedade. “Musk se move em uma bolha muito específica de vozes ultralibertárias e populistas de direita, reacionárias”, considera Albrecht, membro do Partido Verde da Alemanha e ex-ministro de Estado. “Ele obtém a maior parte de suas informações nesses círculos e muitas vezes acaba espalhando mitos conspiratórios e desinformação. Considerando seu alcance e especialmente o alcance de sua plataforma, isso é muito alarmante”, disse ele à DW. A crescente fortuna e a influência política de Musk Desde que fundou sua primeira empresa em meados da década de 1990, Musk, empresário nascido na África do Sul, construiu uma série de empresas bem-sucedidas, acumulando uma fortuna estimada em mais de 209 bilhões de dólares. Na última década, seu envolvimento em empreendimentos como a empresa aeroespacial SpaceX e sua subsidiária de satélites Starlink também o ajudou a ganhar crescente influência política. Em nenhum outro lugar, entretanto, a ambição de Musk de se inserir na política é mais visível do que no X. Em 2022, ele comprou a plataforma, então conhecida como Twitter. Nesse meio-tempo, todo um ecossistema de criadores de conteúdo de direita se fortaleceu na rede social. Ao mesmo tempo, o X se tornou cada vez mais popular entre usuários de direita, de acordo com um estudo de 2024 do Pew Research Center. O próprio Musk publica e compartilha várias postagens por dia, que variam de memes a anúncios da empresa e comentários frequentes sobre questões políticas. “Musk tem apoiado abertamente mais opiniões e políticos de direita desde que adquiriu a plataforma”, de acordo com Matthe Facciani, cientista social da Universidade de Notre Dame, nos EUA. Facciani, que estuda redes sociais e polarização política, disse que a atividade online de Musk sugere que o bilionário “consome uma quantidade substancial de conteúdo de direita em sua plataforma”. “Muitas pessoas podem cair em câmaras de eco de informações nas redes sociais, e Elon Musk parece não ser diferente, exceto por sua enorme riqueza e influência”, disse Facciani à DW. Zombando de líderes mundiais No início de agosto, Musk entrou em conflito com o governo britânico ao sugerir no X que “a guerra civil é inevitável” no Reino Unido, após ataques a mesquitas e hotéis que abrigam pessoas que buscam asilo em todo país. Depois que um porta-voz do governo britânico repreendeu seus comentários, dizendo que não havia “nenhuma justificativa” para as observações de Musk, o bilionário redobrou seus ataques, insinuando que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a polícia britânica trataram manifestantes brancos de extrema direita com mais severidade do que minorias no país. Antes de comentar a situação no Reino Unido, Musk entrou em uma discussão acalorada com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após a reeleição amplamente contestada do político. Musk chamou Maduro de “ditador” e disse que o levaria pessoalmente “em um burro” para o centro de detenção dos EUA na Baía de Guantánamo. Poucos dias depois, Maduro anunciou, ter assinado um decreto para bloquear temporariamente o acesso ao X no país. Simpatia pela ultradireita da Alemanha Na Alemanha, Musk ganhou as manchetes várias vezes ao expressar simpatia pelo partido de ultradireita AfD, classificado pelo serviço de inteligência interna da Alemanha como extremista de direita. Em 2023, o multimilionário compartilhou uma publicação criticando a forma como o governo alemão lidava com a imigração irregular e expressando apoio à AfD. Em junho deste ano, ele respondeu da seguinte forma a uma publicação de uma influenciadora de direita que disse ter votado na AfD: “Eles continuam dizendo ‘extrema direita’, mas as políticas da AfD sobre as quais li não parecem extremistas.” Reação negativa, punições no horizonte Albrecht, que é filiado ao partido Verde e é um dos maiores críticos da intromissão de Musk na política alemã, disse que o empresário é livre para expressar suas opiniões dentro dos limites das leis existentes. Mas o problema, de acordo com Albrecht, é que ele está usando o X – sua própria plataforma, que ele comprou e agora controla – para fazê-lo. E isso coloca em xeque a neutralidade do X, bem como um privilégio de neutralidade de que plataformas de mídia social desfrutam na UE, aponta. Quando as plataformas de mídia social surgiram, nos anos 2000, legisladores europeus decidiram tratá-las, em geral, como intermediários neutros que as pessoas usam para se comunicar, semelhantes aos provedores de telecomunicações. Para Albrecht, é hora de reavaliar essa posição após o chamado Regulamento dos Serviços Digitais (RSD) entrar em vigor na UE, em fevereiro deste ano.