Estados Unidos e o mundo sob Donald Trump

É um tanto improvável que Trump tenha capacidade para promover um giro radical na política externa. Mudanças certamente virão. Mas tudo indica que não serão revolucionárias A vitória eleitoral de Donald Trump surpreendeu boa parte do mundo. Havia uma expectativa de que Kamala Harris poderia ser a vitoriosa na disputada eleição dos Estados Unidos. Mas deu Trump. Isso tem grandes implicações para a política internacional. É possível imaginar várias mudanças, diretas e indiretas, inclusive para o Brasil, mas, sobretudo para o mundo. Essa vitória consagra, pelo menos momentaneamente, a predominância de uma perspectiva conservadora e liberal, algo que se costumava chamar de “direita”. Uma eleição nos Estados Unidos implica em impactos globais, muito diferente do que acontece em um país que não tenha as características dos EUA. A mudança de governo lá será sentida em escala mundial. A volta de Trump ao poder significa a volta de um ideal político, talvez não claramente definido, mas que tem indicações ideológicas claras e profundas. Governos liberais que foram eleitos nos últimos anos se sentirão muito fortalecidos. Um dos exemplos mais evidentes é o da Argentina. Mas ele não é o único. E outros virão. Isso quer dizer que, muito provavelmente, haverá o crescimento de partidos com ideologias afins àquelas desse setor dos Republicanos que estão de volta ao poder nos Estados Unidos. No caso do Brasil, por exemplo, Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua preferência pessoal pela candidata derrotada. E, no nosso caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro já se apressou em marcar sua posição favorável a essa mudança de poder. O Brasil é apenas um ator secundário na política externa dos Estados Unidos. Temas mais relevantes ocupam a agenda internacional daquele país. Guerra da Ucrânia, conflitos no Oriente Médio, política externa chinesa, liberalismo e “guerra comercial”, sobretudo com a China, enfim, assuntos de primeira hora da agenda internacional. Como se comportará o novo governo dos Estados Unidos? Mudanças radicais? Arriscado dizer.  É um tanto improvável que Trump tenha capacidade para promover um giro radical na política externa norte-americana. Mudanças certamente virão. Mas tudo indica que não serão revolucionárias. Ajustes serão feitos. Mas os temas mais relevantes ainda despertam muita curiosidade sobre o que realmente pode mudar. E, mesmo considerando todo o peso dos Estados Unidos, até mesmo eles têm limitações.  Haverá uma transformação radical no que diz respeito à guerra na Ucrânia? Nas relações com a Rússia e com a China? E com a Coreia do Norte? Muito difícil fazer qualquer afirmação, pelo menos por enquanto. Trump já foi presidente dos Estados Unidos, e muito do que ele prometeu em campanha eleitoral não foi cumprido. O que dizer, por exemplo, sobre a questão dos imigrantes? Por seguidas falas, ele já teria fechado completamente os Estados Unidos para imigrações não desejadas. Mas isso não aconteceu. Não é difícil imaginar, contudo, que o impacto da nova administração nos Estados Unidos terá desdobramentos profundos ao beneficiar candidatos conservadores e liberais em muitos países. A vitória de Trump reforça o apelo político desses movimentos. Mas mesmo isso não será capaz de frear as disparidades geopolíticas existentes. Pelo contrário, tem tudo para acirrar ainda mais as tensões mundiais em áreas estratégicas.  Donald Trump tem uma visão política sobre o panorama internacional. O maior dilema é que se trata do presidente do país mais poderoso do mundo. E, mais perigoso ainda, em seu último e definitivo mandato. Trump não poderá mais concorrer às eleições presidenciais nos Estados Unidos. Isso coloca o mundo diante de um sério dilema. Estamos diante de um estadista ou não? A resposta para esse dilema é de extrema relevância.  Fonte: Correio Braziliense

‘Woke’? Termo gerou batalha cultural e política nos EUA

Ser ‘woke’ pode ser motivo de orgulho para parte da população estadunidense, mas pode ser ofensa para outros A palavra ‘woke’ voltou a ganhar relevância durante as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos, mas o termo vem sendo usado para definir parte dos eleitores, geralmente do partido Democrata, há alguns anos. A expressão remete à pessoa que ‘acordou’ para os problemas sociais, que está consciente das desigualdades sociais, raciais ou de gênero, por exemplo. Já para outra parte da população estadunidense, a expressão pode ser um grande insulto. “Acordei” é a tradução literal do verbo “woke”, mas com um sentido carregado de uma visão política mais progressista. Para os conservadores, o termo é usado como ofensa, ou até forma de deboche dos opositores. A palavra ganhou o sentido de “despertar” para problemas sociais. De acordo com a BBC, o uso de “woke” surgiu na comunidade afro-americana. E originalmente, ele queria dizer “estar alerta para a injustiça racial”. “Muitas pessoas acreditam que quem o cunhou foi (o romancista) William Melvin Kelley (1937-2017)”, disse Elijah Watson, editor de notícias e cultura do website de música norte-americana Okayplayer e autor de uma série de artigos sobre a origem do termo woke, à BBC. Um artigo publicado por Kelley em 1962 no jornal The New York Times tem o título If You’re Woke, You Dig it (“Se você estiver acordado, entenderá”, em tradução livre), segundo Watson. Mais recentemente, o termo voltou a ser falado após o movimento Black Lives Matter, motivado pelas denúncias de brutalidade policial contra pessoas negras nos Estados Unidos. Desta vez, a palavra se espalhou para além da comunidade e passou a ser usada também com um significado mais amplo sobre igualdade. O novo significado da palavra “woke” ganhou até um trecho no dicionário inglês Oxford, que descreve: “estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo”. A descrição parece algo positivo, mas isso não é verdade para toda a população. Isso porque o termo passou a ser usado por pessoas que se autodefinem orgulhosas de serem “woke”, atentas contra a discriminação e injustiça. Mas a palavra também é usada como um insulto. O próprio dicionário Oxford faz esta distinção. Após a definição, ele acrescenta: “Esta palavra é frequentemente empregada com desaprovação por pessoas que pensam que outros se incomodam muito facilmente com estes assuntos, ou falam demais sobre eles, sem promover nenhuma mudança”. Neste caso, “woke” é uma palavra usada para referir-se a alguém politicamente liberal em temas como justiça racial e social, especialmente quando a pessoa é considerada insensata ou extremista. Isso significa que, para alguns, ser woke é ter consciência dos problemas da sociedade e questionar normas opressoras. Para outros, o termo descreve hipócritas, que acreditam ser moralmente superiores e querem impor ideias sobre os demais. Críticos da cultura woke questionam os métodos adotados por essas pessoas para acusá-los de serem misóginos, homofóbicos ou racistas. Daí vem também a cultura do “cancelamento”, uma espécie de boicote social e profissional, normalmente pelas redes sociais, contra pessoas que dizem algo considerado “intolerável”. Para as pessoas “woke”, trata-se de uma forma de protesto não violento e de exigir mudança de comportamentos considerados retrógrados. Já os críticos enxergam a cultura do cancelamento como um atentado à liberdade de expressão e “aos valores tradicionais norte-americanos”. PolíticaO uso da palavra “woke” rapidamente se tornou em um enfrentamento político. O termo virou um sinônimo para políticas liberais, ou de esquerda, que defendem a igualdade racial e social, feminismo, o movimento LGBTQIA+, uso de pronomes neutros, vacinação, ativismo pelo meio ambiente e o direito ao aborto. Nos Estados Unidos, esse tipo de ideologia é associada ao partido Democrata, do presidente Joe Biden e sua vice, Kamala Harris. Do outro lado, está o partido à direita, o Partido Republicano, liderado pelo presidente eleito Donald Trump. Ele e seus aliados acreditam que os valores democratas representam uma ameaça aos “valores da família”, e que haveria uma ameaça da “tirania woke”. A campanha de Trump foi pautada diversas vezes pelo combate aos “woke lefties” (esquerdistas despertos, em tradução livre), que praticam um suposto “fascismo de extrema esquerda”. Ele já afirmou que a “cultura do cancelamento está expulsando as pessoas de seus trabalhos e envergonhando os dissidentes”, acusou. Na campanha eleitoral deste ano não foi diferente. Trump disse que iria expulsar generais e militares “woke”. Para os democratas, Trump é o autoritário, o que ficou provado quando ele recusou deixar o poder após sua derrota eleitoral, e seus apoiadores invadiram o Capitólio. Outro crítico do movimento woke é DeSantis, que propôs em 2021 uma lei chamada “Stop-Woke” (Parem os woke, em tradução livre), que se tornou uma disputa judicial. A lei regula como o conteúdo sobre raça e gênero pode ser apresentado nas escolas da Flórida. ControvérsiasA cultura “woke” não tem apenas dividido opiniões entre a população, mas também gerado controvérsias dentro do próprio partido Democrata. Entre os críticos mais notórios está o ex-presidente Barack Obama, que, em 2019, às vésperas da escolha de Joe Biden como candidato, alertou que os mais jovens estavam focando excessivamente em medir o nível de “wokeness” das pessoas, especialmente nas redes sociais. “O mundo é desordenado. Existem ambiguidades. Pessoas que fazem coisas boas têm defeitos”, comentou ele em um evento da Fundação Obama. Em contraste, Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), uma das parlamentares mais jovens e carismáticas do partido, defende que o “wokeísmo” é fundamental para temas como o direito ao voto e justiça social.  Em 2021, AOC criticou o uso do termo “woke” como um rótulo pejorativo e destacou que os ataques ao movimento muitas vezes buscam desviar o foco de causas importantes. Na mídiaO debate em torno do “wokeísmo” ultrapassou a política e permeou o mundo empresarial. A Gillette, por exemplo, causou polêmica em 2019 com um comercial contra comportamentos masculinos tóxicos, gerando aplausos e críticas ao ponto de ser boicotada por parte do público. O caso popularizou a expressão “Get woke, go broke” entre a direita americana. Outro exemplo é a Disney, que enfrentou retaliações de republicanos após se posicionar

Petróleo aumenta 5% após Biden confirmar que debate ataques a instalações iranianas; verifique o papel do Irã no mercado

Preço do barril da commodity fechou acima de US$ 77. Irã tem uma das maiores refinarias de petróleo do mundo O preço do petróleo disparou mais de 5% e a cotação do barril superou os US$ 77, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mencionou a possibilidade de Israel atacar refinarias de petróleo do Irã. Nas últimas semanas, os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram quase 2 mil pessoas mortas, e na terça-feira o Irã lançou ataque contra os israelenses em resposta às recentes mortes de chefes do Hezbollah. Biden foi questionado se apoiaria um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas em conversa com repórteres. “Estamos discutindo isso. Acho que seria um pouco…”, respondeu. Após a fala do presidente, o preço do barril de petróleo, que já estava em alta, passou a subir ainda mais. No dia, o petróleo tipo Brent avançou 5,18% e o barril fechou negociado a US$ 77,73. A commodity já disparou cerca de 8%, com a intensificação dos conflitos. Entenda, abaixo, como a participação do Irã na guerra faz o preço da commodity subir. Qual o tamanho e o papel do Irã no mercado de petróleo? O novo capítulo da guerra no Oriente Médio, com o Irã atacando Israel, fez com que uma preocupação para além da tragédia humanitária também tomasse conta do mundo: a produção e o preço do petróleo. O petróleo subiu 3,85% após o Irã disparar centenas de mísseis contra o território israelense. O preço continua avançando, conforme seguem as ameaças de retaliação que chegam de Israel e dos Estados Unidos, seu maior aliado. O Oriente Médio é uma das regiões mais importantes para a produção da commodity no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Irã era o sétimo maior produtor de petróleo no mundo em 2023, com uma produção de 3,9 milhões de barris por dia. Com esse número, o país respondeu por quase 5% de toda a produção mundial, que foi de 82,8 milhões de barris por dia.  Embora sozinho pareça não ter tanta relevância na produção mundial, o Irã tem um papel-chave como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). Esse é o cartel de petróleo mais importante do mundo, e é quem determina na prática os rumos do preço da commodity. Entre os países membros e aliados da Opep+ estão Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Rússia, por exemplo. Como membro da Opep+, o Irã pode influenciar e receber o apoio dos demais países do grupo caso a guerra escale ainda mais, explica Celso Grisi, professor especialista em macroeconomia da FIA Business School. O cartel pode escolher reduzir sua produção diária de barris de petróleo para diminuir a oferta da commodity no mundo. Se a opção for pela redução, os preços do barril de petróleo no mercado internacional podem subir ainda mais. O Irã também tem como trunfo uma das maiores reservas de petróleo do mundo, responsável por 10% de toda a disponibilidade global conhecida até aqui. “O Irã tem um papel extremamente importante na produção de petróleo de todo o mundo e isso deriva naturalmente de uma reserva de petróleo muito grande com localização geográfica bastante estratégica”, diz Grisi. Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur, explica que o poder de barganha dos países do Oriente Médio vem do excedente de petróleo que produzem. Como são economias pequenas em relação aos gigantes como EUA e China, podem reduzir a produção sem medo de desabastecimento. Economias desenvolvidas consomem muito petróleo, mesmo que também sejam grandes produtores. Assim, ainda dependem de importação para completar a demanda, em especial por combustíveis. Outro ponto sensível é se forem aplicadas novas sanções econômicas aos países da região, como já aconteceu outras vezes. Os especialistas ouvidos concordam que isso poderia ser um fator de piora expressiva do preço do petróleo, por problemas de distribuição. Estreito de Ormuz Um aspecto final que faz do Irã uma região estratégica para o mercado de petróleo é sua localização. O Estreito de Ormuz, uma passagem que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, é uma das principais rotas do petróleo do Oriente Médio para o resto do mundo. Pelo Estreito de Ormuz passam cerca de 20 a 30 milhões de barris de petróleo todos os dias, comenta Roberto Ardenghy, presidente do IBP. Em outras oportunidades, como nas tensões entre Israel e Irã ocorridas em abril, o país árabe ameaçou fechar o estreito, impedindo a circulação da commodity. As ameaças nunca se concretizaram, principalmente porque colocariam o Irã em uma posição vulnerável também com os países aliados da Opep+. O que o Irã pode fazer — e já fez — é interceptar embarcações específicas de países inimigos. De todo modo, Ardenghy destaca que essa é “uma região crítica para o escoamento do produto e qualquer tipo de problema no acesso a ao estreito pode causar problema de abastecimento global”. Fonte: Portal G1

Entenda quais são as diferenças entre Biden e Harris na política externa

Até agora, Joe Biden e Kamala Harris moldaram a política externa juntos. Mas como presidente, Harris estabeleceria o seu próprio tom Com a retirada do Presidente Joe Biden da corrida presidencial de 2024 e a emergência da Vice-Presidente Kamala Harris como candidata Democrata, surge uma questão crucial: Como seria a política externa de Harris. Seria diferente da de Biden? Biden assumiu o cargo como o presidente mais experiente em política externa da história recente dos EUA. Como senador, foi membro de longa data da Comissão de Relações Exteriores do Senado e desempenhou um papel importante nos debates de segurança nacional durante décadas. Como vice-presidente, liderou iniciativas diplomáticas importantes na administração Obama. O currículo de Harris perante a Casa Branca – a carreira como procuradora, procuradora-geral e senadora no seu primeiro mandato – foi, em comparação, decididamente escasso em termos de política externa. Quatro anos como vice-presidente, porém, proporcionaram a Harris um curso intensivo sobre relações internacionais. Ela recebia instruções do presidente todas as manhãs, participava da maioria das reuniões de Biden com líderes mundiais e estava presente na Sala de Situação quando eram tomadas decisões importantes de segurança nacional. Ela também viajou para mais de 20 países, reuniu-se com mais de 150 chefes de estado estrangeiros e liderou ela própria muitas delegações importantes – incluindo as três últimas à Conferência de Segurança de Munique. Mas como é que a sua visão do mundo e, portanto, as suas preferências políticas diferem das de Biden? Há muita sobreposição, mas também grandes diferenças entre eles. Biden, de 81 anos, cresceu no auge da Guerra Fria, o que se reflete na sua visão de mundo. Ele acredita firmemente no “excepcionalismo americano” e vê as relações internacionais como uma batalha entre democracias e autocracias, na qual os Estados Unidos são sempre uma força para o bem. Em contraste, Harris cresceu num mundo pós-Guerra Fria, em que o maior desafio à hegemonia americana era o fracasso dos ideais americanos em serem defendidos a nível interno e externo. Ela vê as “democracias versus autocracias” de Biden como reducionistas e hipócritas, reconhecendo a necessidade do envolvimento dos EUA com nações não democráticas, bem como as próprias deficiências democráticas da América. Embora concorde com Biden que os EUA são geralmente uma força para o bem, ela preocupa-se com as consequências não intencionais e favorece abordagens institucionalistas e multilaterais em vez de intervenções unilaterais. Harris acredita que num mundo mais competitivo e multipolar China Quando se trata da China, a continuidade está na ordem do dia, como garantiu explicitamente o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, ao líder chinês Xi Jinping, numa rara reunião. Biden e Harris concordam em trabalhar com Pequim sempre que possível, ao mesmo tempo que competem vigorosamente, mas em estreita coordenação com os aliados, em questões de segurança nacional.Quaisquer diferenças políticas entre eles são provavelmente apenas uma questão de ênfase ou de tática. Guerra Rússia-Ucrânia Harris e Biden estão unidos no apoio a Kiev, mas as suas motivações são diferentes. Enquanto Harris olha para o conflito de uma perspectiva jurídica, destacando a violação da soberania ucraniana pela Rússia, Biden o vê de uma perspectiva moral, como uma batalha entre a democracia e a autocracia. Esta diferença fundamental de perspectiva poderá levar a divergências políticas em circunstâncias variáveis. Israel A questão israelo-palestina marca a maior divisão de política externa entre os dois. Harris é mais sensível às alegadas violações israelenses do direito internacional em Gaza e na Cisjordânia. Ela também apoia geralmente mais os apelos a um Estado palestino do que Biden, que nominalmente apoia uma solução de dois Estados, mas não é tão crítico quanto ela às políticas de Benjamim Netanyahu. Fonte: O Antagonista

Enfrentamento entre Trump e Kamala será decisivo na reta final das eleições

Encontro inédito entre os candidatos à presidência americana promete ser crucial para definir o rumo das eleições, com foco nos eleitores indecisos O primeiro e provavelmente único debate entre Kamala Harris e Donald Trump, marcado para esta terça-feira (10), às 21h45, promete ser um momento decisivo na reta final das eleições presidenciais dos Estados Unidos. O encontro, que será transmitido pela ABC News, ganha ainda mais relevância considerando que os candidatos nunca se encontraram pessoalmente antes. Segundo o analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o debate representa uma oportunidade crucial para ambos os candidatos. Para Kamala Harris, “será a chance de apresentar suas propostas a uma parcela significativa da população americana”, enquanto Donald Trump “buscará interromper o crescimento de sua adversária” nas pesquisas. Cenário eleitoral acirrado As pesquisas recentes indicam que a eleição será decidida por uma margem estreita de votos em poucos estados-chave. O foco dos candidatos estará nos eleitores indecisos, que não são necessariamente afiliados aos partidos Republicano ou Democrata. Esses eleitores serão o alvo principal das estratégias de convencimento durante o debate. O debate acontecerá na Filadélfia, maior cidade da Pensilvânia, um dos estados considerados cruciais para definir o resultado final das eleições. A escolha do local reforça a importância estratégica do evento no contexto da campanha. Regras e expectativas Uma regra importante do debate, estabelecida anteriormente por Joe Biden, determina que os microfones dos candidatos serão silenciados quando não for sua vez de falar. Essa medida visa evitar interrupções e sobreposições de falas, algo que era temido por Biden em relação ao estilo de debate de Trump. Kamala Harris, conhecida por sua experiência como procuradora, tentou sem sucesso alterar essa regra, acreditando que poderia se beneficiar de um formato mais direto de confronto. A manutenção dessa norma pode favorecer Trump, que tem o hábito de falar sobre seus oponentes. O debate promete ser um evento histórico, especialmente considerando o impacto que o último debate presidencial teve na campanha, levando à desistência de Joe Biden. A performance dos candidatos neste encontro pode influenciar significativamente o rumo das eleições americanas, tornando-o um momento imperdível para os observadores políticos e o eleitorado em geral. Fonte: CNN Brasil

Rússia avisa os Estados Unidos sobre perigos de 3ª Guerra Mundial

Chanceler russo deu declarações O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o Ocidente está “brincando com fogo” ao buscar intensificar a guerra da Ucrânia. Em recado aos Estados Unidos, o chanceler russo indicou que uma Terceira Guerra Mundial não afetaria somente a Europa. No último dia 6, a Ucrânia atacou a região de Kursk e conquistou uma fatia de território no maior ataque à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. O presidente russo Vladimir Putin, prometeu resposta ao ataque. Lavrov disse ainda que o Ocidente estava “procurando problemas” ao considerar os pedidos ucranianos para afrouxar as restrições ao uso de armas fornecidas pelo exterior. – Estamos confirmando mais uma vez que brincar com fogo — e eles são como crianças pequenas brincando com fósforos — é algo muito perigoso para tios e tias adultos que são encarregados de armas nucleares em um ou outro país ocidental – falou o chanceler a repórteres, em Moscou. E acrescentou: – Os americanos associam inequivocamente as conversas sobre uma Terceira Guerra Mundial como algo que, Deus nos livre, se acontecer, afetará exclusivamente a Europa. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, Putin tem alertado sobre o risco de uma guerra muito mais ampla, envolvendo as maiores potências nucleares do mundo. As informações são da CNN. Fonte: Pleno.news

Obama legitima Kamala Harris como sua herdeira política

O ex-presidente americano e Michelle usam influência e carisma para exaltar candidata democrata como agente da mudança nos EUA e destruir imagem de Trump Passado e presente se mesclaram no estádio do Chicago Bulls, onde o primeiro presidente negro dos EUA passou para a primeira candidata negra do país o lema que norteou sua campanha à Casa Branca 16 anos atrás: “Sim, ela pode”. A arena da convenção democrata explodiu em energia e entusiasmo quando o casal Obama ratificou Kamala Harris como sua herdeira política e artífice da renovação no país. “Estou esperançoso porque esta convenção sempre foi muito boa para gente com nomes engraçados, que acredita num país onde tudo é possível”, constatou o ex-presidente Obama. Em discursos sintonizados, ele e Michelle usaram a influência e o carisma de estrelas do partido para exaltar Kamala e abater a imagem de Donald Trump, como exemplo de comportamentos bizarros e teorias da conspiração. Obama se mostrou afiado na habitual oratória, ao passar o bastão para Kamala. “Não precisamos de mais quatro anos de fanfarronice, trapalhadas e caos. Já vimos esse filme antes e todos sabemos que a sequência é a pior. A América está pronta para uma história melhor. Estamos prontos para uma presidente Kamala Harris.” Nos dois primeiros dias, a atmosfera da convenção democrata traduziu-se em comunhão absoluta em torno da vice-presidente, em moldes semelhantes aos que os republicanos se aglutinaram ao redor de Donald Trump, no mês passado, em Milwaukee. Ambas as candidaturas agregam seus correligionários, mas diferem-se no simbolismo de valores como liberdade, união, medo e visão do futuro do país. No palco da convenção democrata, oradores como Joe Biden, Hillary Clinton, Michelle e Barack Obama destacaram aos delegados que a cartilha de Trump não mudou e resume-se a zombarias, ataques de gênero e raça e à defesa de seus próprios interesses. “Sua visão limitada e estreita do mundo o fez sentir-se ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, altamente educadas e bem-sucedidas, que por acaso são negras”, resumiu Michelle Obama. Aliás, coube também à ex-primeira-dama americana a provocação mais sarcástica da noite, referindo-se aos empregos para negros, que Trump insiste falsamente em dizer que são usurpados por imigrantes cruzam ilegalmente as fronteiras. “Quem vai dizer a ele que o emprego que está procurando atualmente pode ser um desses ‘empregos para negros’?” Fonte: Portal G1

Estudo de Trump deve examinar temas econômicos durante comícios

Lourival Sant’Anna diz que ex-presidente americano realiza comícios em estados decisivos durante Convenção Democrata, explorando temas econômicos para atrair eleitores moderados Donald Trump, ex-presidente e candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, adota nova estratégia de campanha para conquistar o eleitorado moderado, focando em temas econômicos durante comícios em estados decisivos. A mudança ocorre em meio à Convenção Democrata e após a indicação de Kamala Harris como candidata à vice-presidência. De acordo com a avaliação do analista de Internacional Lourival Sant’Anna durante o CNN Prime Time, Trump está alterando sua abordagem após ataques pessoais a Harris, que agradavam sua base, mas não atraíam eleitores indecisos. “O desafio dele é conquistar o eleitorado moderado”, afirmou Sant’Anna. Foco no “Cinturão da Ferrugem” A nova estratégia de Trump inclui comícios menores nos estados do chamado “Rust Belt” (Cinturão da Ferrugem), região que sofreu com a globalização. Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, estados que Trump venceu em 2016, mas perdeu para Biden em 2020, são alvos prioritários da campanha republicana. O perfil do eleitorado nesses estados é predominantemente de trabalhadores brancos, sem diploma universitário e de idade mais avançada. Este grupo representa um desafio para Kamala Harris, cuja base de apoio é diferente. Desafios da nova estratégia Apesar da mudança planejada, Sant’Anna alerta que Trump pode enfrentar dificuldades para manter o foco nos temas econômicos. “Nós sabemos que quando ele está diante do público, ele muitas vezes não resiste à tentação de fazer os ataques, enfim, aquela performance que é mais genérica, que talvez não seja tão eficaz para este momento da campanha”, explicou o analista. A eficácia desta nova abordagem será crucial para as aspirações de Trump de reconquistar a Casa Branca. O candidato republicano busca equilibrar o apelo à sua base fiel com a necessidade de atrair eleitores moderados, especialmente nos estados que podem definir o resultado da eleição. Fonte: CNN Brasil