Rio deseja atrair investimentos da Arábia Saudita e formar hub para Data Centers – até mesmo submarinos

O prefeito Eduardo Paes traz um pouco do plano A prefeitura do Rio de Janeiro estuda a melhor forma de atrair investimentos para a criação de hub de data centers na cidade — e está em busca de investidores. Uma oportunidade para apresentar as ideias aconteceu no FII Priority, evento do fundo de investimentos da Arábia Saudita também conhecido como Davos do Deserto. “Um tema atual é a questão dos data centers. Estamos apresentando uma política clara de estabilidade de negócios e incentivos para que data centers, em um país com energia limpa, possam ser feitos aqui no Rio de Janeiro. Temos consolidado o Rio como capital de inovação e tecnologia da América Latina, além do setor de turismo e óleo e gás”, diz em entrevista exclusiva à EXAME o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Na abertura do evento, Yasir Al-Rumayyan, o saudita à frente do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (o PIF), com US$ 925 bilhões sob gestão, e presidente do conselho de administração da Saudi Aramco, a maior petroleira do mundo, destacou que a demanda por energia só vai crescer com o avanço da inteligência artificial. “Não sabemos para onde a IA vai, mas podemos concordar que vai demandar uma enorme infraestrutura”, disse o executivo saudita. Al-Rumayyan calcula que as ferramentas de IA, sozinhas, ampliarão a demanda global por energia em 3% a 6% ao ano. Segundo ele, em um único dia o ChatGPT consome a mesma energia que 280 mil casas na Califórnia consomem em um ano. Paes está de olho justamente no cenário desenhado pelo executivo saudita. Segundo o prefeito, o “grande desejo” para os data centers é utilizar a proximidade com a água como argumento favorável. “Talvez subterrâneos no mar”, diz. Os data centers submarinos são vistos como a nova fronteira para o armazenamento de dados. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), 40% da energia utilizada por eles vem do resfriamento. E estar na água poderia auxiliar a economizar. Um experimento da Microsoft também se mostrou mais confiável, com uma taxa de falhas no servidor de 20% em relação à dos data centers que ficam em terra. Partidários desses tipos de data centers também listam vantagens como menor latência na rede e segurança (por serem mais difíceis de acessar). “Mas sabemos que no Brasil as aprovações ambientais são complicadas. Temos algumas propostas e é importante que venham com um diálogo com investidores. Temos condições e disposição. Esse diálogo com o investidor é crucial, e nosso time está travando esses diálogos”, afirma o prefeito do Rio. Imagem do Rio de Janeiro — e do Brasil O prefeito conversou com a EXAME durante o evento. Em sua avaliação, o fato de o Rio ter sido escolhido consolida uma posição importante para a capital fluminense. “A cidade mais importante do ponto de vista econômico e estado mais importante é São Paulo, mas quando se pensa no Brasil, se pensa no Rio. Temos muito orgulho de poder representar o grande país que é o Brasil. Isso vai consolidando esse papel e gera um legado intangível de desejo de estar na cidade”, afirma. Para Paes, o aumento de investimentos sauditas no Brasil mostra o “papel de vendedor” do país que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito. “Funciona muito bem”, diz, em aceno claro ao petista — a quem defendeu durante o evento após um discurso de Lula ter gerado ruídos negativos no mercado financeiro. “Ter o ‘Davos do Deserto’ aqui é uma demonstração de que as coisas podem caminhar, e vamos tentar pegar uma parte desses investimentos para o Rio”, diz o prefeito. Para Paes, a cidade tem uma carteira de projetos com Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões robusta. “O Rio tem um ambiente e uma institucionalidade de experiências recentes do passado muito bem-sucedidas, em que o investidor saiu satisfeito. Esse é o aspecto fundamental”, afirma Paes. O prefeito fez um breve balanço de sua terceira gestão à frente da cidade carioca. “Passamos por um período de crises nacionais que foram mais intensas no Rio. Nos últimos três anos e meio, conseguimos interromper o processo de esvaziamento e decadência. O encontro aqui é um exemplo disso. O crescimento do PIB da cidade é maior que o do Brasil. Retomamos o ritmo de crescimento, os serviços e infraestrutura funcionam”, diz. “O Rio oferece uma qualidade de vida incomparável. Com os incentivos econômicos adequados, não tenho dúvidas de que vamos avançar.” A quatro meses das eleições municipais, quando buscará seguir à frente da cidade carioca, Paes desconversa quando perguntado sobre as articulações com o presidente Lula sobre seu vice de chapa. “Quando não estamos governando, pensamos em eleição com muita antecedência. Quando estamos governando, os adversários e a imprensa pensam nisso. Não é um tema de agora”, diz. “Sei que tem eleição, mas estamos focados em governar, cuidar da cidade, tratar bem e atrair investimentos. Esse é o meu papel como prefeito.” Fonte: Exame
Lula: indica governança global para inteligência artificial

Lula propõe governança global para inteligência artificial O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, a instituição de uma governança global e representativa para o tema da inteligência artificial, para que seus benefícios sejam “compartilhados por todos”. “As instituições de governança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios”, disse Lula durante a sessão de engajamento externo da Cúpula do G7, reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo. O evento começou em Borgo Egnazia, na região da Puglia, no sul da Itália. A sessão de trabalho começou com os discursos da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do papa Francisco. A fala do presidente Lula e de outros líderes não foi transmitida, mas o texto lido foi divulgado pelo Palácio do Planalto. Para o presidente brasileiro, os desafios atuais envolvem a condução de uma revolução digital inclusiva e o enfrentamento das mudanças do clima. Nesse sentido, segundo ele, a inteligência artificial pode potencializar as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o meio ambiente e contribuir para a transição energética. “Precisamos lidar com essa dupla transição tendo como foco a dignidade humana, a saúde do planeta e um senso de responsabilidade com as futuras gerações. Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países. A inteligência artificial acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias”, disse. Para o presidente, qualquer uso da inteligência artificial deve respeitar os direitos humanos, proteger dados pessoais e promover a integridade da informação. “Uma inteligência artificial que também tenha a cara do Sul Global [países do Hemisférios Sul, considerados em desenvolvimento], que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma inteligência artificial como ferramenta para a paz, não para a guerra. Necessitamos de uma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento”, disse Lula aos líderes. As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Esta é a oitava vez que Lula participa da Cúpula do G7. As seis primeiras ocorreram nos dois primeiros mandatos, entre os anos de 2003 e 2009. Desde então, o Brasil não comparecia a um encontro do grupo. A sétima participação do presidente brasileiro foi no ano passado, na cúpula em Hiroshima, no Japão. No segmento de engajamento externo deste ano, foram discutidos, entre outros, os temas de inteligência artificial e de energia, bem como a cooperação com a África e no Mar Mediterrâneo. Para Lula, os africanos são parceiros indispensáveis e devem ser considerados no enfrentamento dos desafios globais. “Com seus 1,5 bilhão de habitantes e seu imenso e rico território, a África tem enormes possibilidades para o futuro. A força criativa de sua juventude não pode ser desperdiçada cruzando o Saara para se afogar no Mediterrâneo. Buscar melhores condições de vida não pode ser uma sentença de morte”, disse, em referência às mortes de migrantes no Mar Mediterrâneo. “Muitos países africanos estão próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida externa do que para a educação ou a saúde. Isso constitui fonte permanente de instabilidade social e política. Sem agregar valor a seus recursos naturais, os países em desenvolvimento seguirão presos na relação de dependência que marcou sua história. O Estado precisa recuperar seu papel de planejador do desenvolvimento”, acrescentou o presidente. O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Além dos membros do grupo, da Santa Sé e do Brasil, foram convidados para a reunião África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Índia, Jordânia, Mauritânia (representando a União Africana), Quênia e Turquia. Entre os organismos internacionais, os convidados são União Europeia (com status de observadora no G7), Organização das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. Fonte: Agência Brasil
Impactos da inteligência artificial foi debatida por Conselho de Comunicação do Congresso

O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional promoveu audiência pública na segunda-feira (3), às 9h30, para debater os impactos da inteligência artificial na comunicação. O evento foi realizado no plenário 13 da ala Alexandre Costa, no Senado Federal. Confira aqui a pauta da reunião e a lista de convidados. A reunião foi interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do portal e-Cidadania ou pelo telefone da ouvidoria 0800 061 22 11. Fonte: Agência Câmara de Notícias