Depois que México abandonou diálogo sobre Venezuela, Gustavo Petro e Lula devem conversar sobre eleição no país vizinho

Telefonema entre brasileiro e colombiano se dá em meio ao impasse político na Venezuela. Mauro Vieira embarca à noite para Bogotá, onde se encontra com chanceler de Petro O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre o impasse no processo eleitoral da Venezuela. A conversa deve acontecer à tarde, e um dia após o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciar que – pelo menos por enquanto – não conversaria mais com Lula e Petro sobre a crise venezuelana. O mandatário mexicano decidiu suspender qualquer contato enquanto o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) não emite um posicionamento sobre o pleito. Na avaliação de fontes da diplomacia brasileira, a saída mexicana da trinca de países que buscam uma solução “desemperra” as tratativas e reduz as dificuldades de contato mais afinado. Por isso, os presidentes do Brasil e da Colômbia decidiram se falar uma vez mais. A previsão era de um telefonema, mas problemas na agenda de Petro impediram a ligação. Vieira vai a Bogotá O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, embarca para Bogotá. Vai se reunir com o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, também para tratar sobre Venezuela e definir os próximos passos de uma estratégia conjunta. A Venezuela mergulhou mais ainda na crise política há duas semanas, quando o atual presidente, Nicolás Maduro (no poder desde 2013), foi considerado, pelos órgãos oficiais, vencedor da eleição presidencial. Só que a oposição venezuelana e parte da comunidade internacional alegam que o vencedor, na verdade, foi Edmundo González, candidato da oposição. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela eleição (e ligado a Maduro, na prática) não apresentou até hoje a totalidade das atas eleitorais — os boletins das urnas venezuelanas. No início do mês, Lula, Petro e López Obrador fizeram uma ligação conjunta e, após a conversa, divulgaram um comunicado conjunto dos três países, pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela e a solução do impasse eleitoral no país pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com “apuração imparcial”. Uma semana depois, no dia 8 de agosto, Brasil, Colômbia e México emitiram uma segunda nota conjunta, voltando a cobrar as atas eleitorais da Venezuela. Fonte: Portal G1

Brasil deseja dar passos novos na crise venezuelana em reunião com México e Colômbia

Presidentes Lula e Maduro durante encontro em Brasília, em maio de 2023. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters. Fonte: Portal G1

Diante da relutância do governo em Venezuela de divulgar as atas eleitorais para confirmar o resultado final das eleições, o governo Lula quer dar novos passos na abordagem da crise instaurada na política venezuelana – em conjunto com Colômbia e México. O presidente Lula não quer falar sozinho, neste momento, com o presidente Nicolás Maduro. Prefere reuniões conjuntas com os chefes de governo da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador. O mesmo deve acontecer caso se decida enviar uma missão a Caracas, capital da Venezuela, para negociar os próximos passos da política local. O Brasil espera que os chanceleres dos três países (Brasil, Colômbia e México) viajem juntos. Essas nações, vistas como possíveis negociadoras, vêm defendendo uma divulgação detalhada das atas eleitorais, com os dados desagregados por local de votação, para confirmar oficialmente o resultado das eleições no país vizinho. Até aqui, nenhum dos três presidentes reconheceu a reeleição de Maduro e nem cravou denúncia de possível fraude. Sem apresentar os documentos eleitorais, o Conselho Nacional Eleitoral divulgou por duas vezes que o vencedor da eleição foi Nicolás Maduro – que, como presidente atual, controla o órgão eleitoral na Venezuela. A oposição, por sua vez, disse que dados reunidos a partir de 80% das urnas indicam que o vencedor foi Edmundo González. Lula e Boric se reúnem Em meio à crise na Venezuela, na qual o Brasil busca atuar como mediador, o presidente Lula visita o presidente do Chile, Gabriel Boric. Apesar das posições diferentes, os dois devem tentar fechar um discurso igual na cobrança das atas eleitorais. Nos bastidores, o governo brasileiro não acredita nessa divulgação. Ou seja: avalia que terá de conviver com um regime contestado liderado por Maduro no país vizinho. Enquanto está no Chile, Lula segue postergando sua conversa com Nicolás Maduro – solicitada na semana passada pelo ditador venezuelano. Fonte: Portal G1

1° mulher eleita presidente do México de acordo com projeção oficial, Claudia Sheinbaum

Claudia Sheinbaum em 29 de maio de 2024 — Foto: Ulises Ruiz / AFP. Fonte: Portal G1

Líder durante as pesquisas, Claudia Sheinbaum é aliada do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador Indicada como futura presidente do México pela projeção preliminar do Instituto Nacional Eleitoral (INE), Claudia Sheinbaum é apadrinhada pelo atual presidente Andrés Manuel López Obrador. Antes de entrar na política, a candidata favorita construiu uma carreira acadêmica: formou-se em física pela Unam (uma das universidades mais prestigiadas do México), e fez pós-graduação em engenharia ambiental. Ela também fez pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkley, nos Estados Unidos e participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007. Em novembro de 2023, ela anunciou seu novo casamento com Jesús Tarriba, seu namorado de faculdade, com quem se reencontrou pelo Facebook, em 2016. Durante seus anos como estudante, Sheinbaum foi politicamente ativa e até organizou uma greve contra o aumento de mensalidades, em 1987. Para ela, essa é uma tradição familiar: os pais eram esquerdistas e estiveram envolvidos nas manifestações de 1968 no México (os protestos estudantis na Cidade do México naquele ano tomaram uma grande proporção, até que policiais mataram cerca de 300 pessoas em uma praça, poucas semanas antes de começarem os Jogos Olímpicos que aconteceram lá). Vida política Na política, Sheinbaum começou como secretária de Meio-Ambiente da Cidade do México. Na época, o prefeito era Andrés Manuel López Obrador, que viria a se tornar presidente com o partido que ele mesmo fundou, o Morena. Sheinbaum acompanhou López Obrador no Morena e, depois de comandar um distrito da Cidade do México, se tornou prefeita. Quando ainda estava no comando do distrito, em 2017, teve que gerenciar as consequências de um desmoronamento de um colégio durante o terremoto que matou 26 pessoas, incluindo 19 crianças. Ela disse na ocasião que as irregularidades encontradas na construção não eram culpa da prefeitura. Durante sua gestão como prefeita da capital, entre 2018 e 2023, aconteceram a pandemia de Covid-19 e a queda de uma linha do metrô. Ao lidar com o acidente, ela fez um acordo com a empresa construtora, que pertence ao magnata Carlos Slim: as vítimas receberam indenização e o caso não foi levado à Justiça. Apoio de López Obrador Um dos projetos defendidos por ela é uma mudança de todo o sistema judiciário: o partido Morena quer que ministros da Suprema Corte, juízes, desembargadores e os ministros da Justiça Eleitoral sejam escolhidos por voto direto. Por esse projeto, todas as pessoas que estão atualmente no cargo serão obrigadas a renunciar. Para que essa proposta seja aprovada, o Morena e os partidos aliados precisarão ter dois terços da Câmara dos Deputados e dois terços do Senado. ‘Dama de gelo’ Quando a disputa ficou entre Sheinbaum e Xóchitl Gálvez, a líder das pesquisas nunca olhou ou chamou sua principal oponente pelo nome durante três debates que tiveram. Fonte: Portal G1