Criança Alfabetizada: Estados e municípios devem realizar diagnóstico de redes

 Os estados e municípios que aderiram ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada devem realizar agora um diagnóstico de suas redes, para possibilitar que o Ministério da Educação (MEC) conheça as principais ações desenvolvidas pelos entes subnacionais, em busca da garantia do direito à alfabetização das crianças. O diagnóstico permitirá que a elaboração do Plano de Ações do Território Estadual (PATe) e da Política de Alfabetização do Território contemple ações que compõem os eixos e esteja alinhada com as necessidades e especificidades de cada ente subnacional. O prazo para encaminhamento do diagnóstico termina no dia 31 de julho. O diagnóstico de redes está estruturado a partir dos cinco eixos propostos no Compromisso: gestão e governança; formação; infraestrutura física e pedagógica; sistema de avaliação; e reconhecimento de boas práticas. O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é realizado em regime de colaboração entre União e os entes federados. O objetivo do compromisso é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental, conforme previsto na meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE).O Programa busca, ainda, garantir a recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização, de 100% das crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º ano, tendo em vista o impacto da pandemia para esse público. O Compromisso não propõe uma resposta única ou centralizada para todo o país. Cada estado, em colaboração com seus municípios, elaborará sua política de alfabetização do território, de acordo com as suas especificidades. Instruções Para realizar o diagnóstico, clique aqui. Em seguida, o usuário deve clicar no módulo Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Depois, preencher o Diagnóstico de Redes, clicando no número da questão e marcando a opção desejada de resposta. Em seguida, clicar no botão “salvar” e no número da próxima pergunta, repetindo o procedimento a cada questão. Durante o preenchimento, é possível retornar e alterar a resposta, se for necessário. Entretanto, após concluir o preenchimento de todas as questões e clicar nas abas “Síntese” e “finalizar diagnóstico”, não será possível realizar alterações. Na aba “Síntese” é possível visualizar todas as questões e respostas preenchidas. (Fonte: Ministério da Educação)

Municípios receberão R$ 1,6 bilhão do segundo FPM de julho

A segunda parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) entra nas contas na quinta-feira, 20 de julho, e deve chegar a R$ 1.651.973.635,05. A previsão da Confederação Nacional de Municípios (CNM) é de que o valor fique em R$ 1.321.578.908,04 ao descontar os 20% destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A partir dos números disponibilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) da arrecadação dos Impostos de Renda e Sobre Produtos Industrializados (IR e IPI), entre os dias 1º e 10 de julho, a entidade prevê crescimento de 39,07% na segunda transferência do mês. Contudo, quando se aplica a inflação do período, o montante fica 34,81% maior do que o mesmo repasse do ano passado. O segundo decêndio de julho de 2022 foi de R$ 1,1 bilhão. Por conta do impacto negativo de -32,36% observado na primeira parcela do mês, que causou preocupação aos gestores municipais, a soma dos dois repasses fica negativa em -21,85%. Ao aplicar a inflação, a retração do primeiro decêndio vai para -34,43% e a redução do acumulado do mês fica em -24,24%. Pelos cálculos dos economistas da CNM, o valor destinado aos Municípios neste mês é de R$ 6,3 bilhões, sendo que, na mesma época do ano passado, o FPM estava em R$ 8 bilhões. De janeiro até agora, foram repassados R$ 104 bilhões aos cofres municipais, isso é 5,39% a mais do que os R$ 99 bilhões transferidos aos Municípios nos sete primeiros meses do ano passado. Até o momento, o Fundo registra crescimento abaixo do esperado pelos prefeitos. Ao aplicar a inflação, o acumulado do ano tem crescimento de apenas 0,89%. Diante deste cenário, o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, recomenda prudência e gestão inteligente na aplicação dos recursos. Ele lembra ainda que o momento é de baixo crescimento do Fundo, e isso reflete a situação econômica do Brasil. AlertaAlém de fazer um raio-x dos repasses de julho, o levantamento da CNM alerta os gestores sobre os novos coeficientes de distribuição do Fundo, divulgados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A partir deste mês, os novos valores já serão considerados. Por conta da atuação da Confederação, 1.018 Municípios que tiveram perda de população não terão redução instantânea de recursos. Levantamento completo AQUI. Da Redação

Municipalismo para a Bahia avançar

Em um estado grande como a Bahia, com 417 cidades formando um território maior do que muitos países, há enormes diferenças econômicas e sociais que só poderão ser superadas com o fortalecimento do municipalismo. Afinal, a população vive no município, mas, ao mesmo tempo, a divisão da receita tributária nacional não prioriza as prefeituras, concentrando a riqueza nacional principalmente nos cofres da União. Um problema grave e histórico que precisa, finalmente, ser enfrentado com coragem e ousadia por toda a classe política e a sociedade. Como deputado estadual e líder do União Brasil na Assembleia Legislativa da Bahia, tenho feito, ao lado de outros colegas parlamentares, prefeitos e vereadores, uma mobilização grande em defesa da rediscussão do pacto federativo e da elaboração de um projeto de reforma tributária que priorize o fortalecimento dos municípios. Não podemos mais aceitar que as prefeituras percam receitas ao mesmo tempo em que têm, cada vez mais, maiores responsabilidades. Os recursos da União precisam chegar às cidades, sobretudo as menores, fazendo com que elas também possam alcançar o tão esperado e sonhado desenvolvimento. Neste sentido, tenho feito frequentes viagens à Brasília nesse combate. Foi de fundamental importância, por exemplo, a realização, neste primeiro semestre, da 24ª Marcha em Defesa dos Municípios, que aconteceu na capital federal e da qual estive presente ao lado diversos prefeitos baianos. Esse evento representou uma significativa retomada do diálogo e da cooperação da causa municipalista com a Presidência da República. Entre as pautas abordadas, destaque para a defesa da aprovação da PEC 14/2022, que reduz a alíquota patronal do INSS dos municípios para a metade, e o fortalecimento dos consórcios regionais. Tenho, ainda, participado de encontros com o deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara, para debatemos, ao lado de prefeitos, propostas e possibilidades para a nossa região sisaleira. Já participei também de reuniões na Codevasf em busca de avanços para a execução de obras em andamento e novos benefícios. Essa luta também faz parte do espírito municipalista. Outro parceiro da nossa luta municipalista é o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que é do meu partido. Recentemente, fui recepcionado por ele em uma audiência à qual levei a nossa comitiva de prefeitos baianos para um momento de diálogo e solicitações. Protocolamos, na ocasião, demandas essenciais para o desenvolvimento dos municípios, principalmente na área da conectividade, comunicação e interação social através das redes, garantindo acesso à informação, fortalecimento da educação e comodidade ao cidadão. Eu fui vice-prefeito da minha amada Santaluz e sei que esse trabalho de apoio ao municipalismo é fundamental. Os prefeitos não podem fazer essa luta sozinhos. Como deputado estadual e líder do meu partido, estarei sempre empenhado na defesa das pautas municipalistas tanto na Bahia quanto em Brasília, colocando o meu mandato à disposição porque essa luta, no final das contas, é a favor da população. *Marcinho Oliveira é líder do União Brasil na Assembleia

Contabilidade irregular pode deixar 847 municípios sem dinheiro para educação

De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), 847 municípios brasileiros ainda não regularizaram suas informações contábeis e fiscais referentes a 2022. Isso pode resultar na exclusão do cálculo do Valor Aluno Ano Total (VAAT) do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de 2024. Caso não regularizem sua situação, esses municípios ficarão sem acesso aos recursos liberados pelo governo federal para investimentos na educação básica. A habilitação é um pré-requisito fundamental para o recebimento desses recursos. Para resolver as pendências, os gestores municipais em risco devem transmitir ou retificar as informações contábeis de 2022 por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais (Siconf) e encaminhar as informações relacionadas ao anexo da Educação do relatório de regularidade de execução orçamentária para o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do FNDE (SIOP). Essas medidas garantirão a habilitação do município, permitindo o recebimento dos recursos do Fundeb em 2024, se houver direito a complementação. É importante alertar que, caso os municípios não consigam regularizar sua situação junto ao Siconf, mesmo que tenham direito, não receberão a complementação do Fundeb referente ao VAAT mínimo. Portanto, é crucial que os municípios ajam dentro do prazo e cumpram os requisitos necessários para garantir o acesso aos recursos destinados à educação básica. Da Redação

SP: repasses do ICMS para municípios serão disponibilizados nesta terça

Estados e municípios devem receber até o fim do ano mais de R$ 3,5 bilhões para manter o funcionamento regular dos programas sociais. Só para a reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) serão repassados R$ 1,4 bilhão. O consultor orçamentário Cesar Lima ressalta que esse dinheiro é referente às emendas de relator. Ele explica que, após ser consideradas incostitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o relator geral do orçamento teve que redistribuir recursos que já tinham sido alocados para esse tipo de ação. Desta forma, uma parte desses recursos foram para as emendas individuais dos parlamentares e uma outra foi redistribuída dentro de várias ações do orçamento da União. Nesse processo, o especialista diz que uma parte acabou sendo destinada para a reestruturação das ações de assistência social. “Estados e municípios podem requisitar essas ações, há um teto para custeio de acordo com a Portaria MDS Nº 866 desse ano e você pode também solicitar para construção, no caso de centros de referências a assistência social, os chamados CRAS/CREAS, e também para a compra de equipamento de material permanente, no caso, compra de computadores, camas especiais, cadeiras de rodas… e estados e municípios devem o mais rapidamente possível encaminhar as propostas no site do Ministério do Desenvolvimento Social para conseguir uma parte desses recursos”, avalia. Para Evilasio Salvador, economista e professor do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília (UnB), o repasse é uma tentativa de recuperação do orçamento regular para o atendimento da rede do sistema único de assistência social.  “Esse repasse que o governo está fazendo agora me parece muito direcionado a atualizar o cadastro único e a busca ativa das famílias e que tinha sido abandonado nos últimos anos. O Cadastro Único é fundamental para as famílias receberem os benefícios e construírem essa importante política social e tornar mais transparente o destino da transferência de renda e o atendimento dos serviços sócioassistenciais”, aponta. O especialista destaca que esse repasse é uma forma de garantir a população mais pobre dois tipos de proteção: o sistema de proteção social e o sistema de proteção especial. Segundo Evilásio, esses valores repassados fazem parte das despesas discricionárias, ou seja, aquelas que não têm gastos obrigatórios, o que permite a utilização em diferentes projetos como o que está sendo utilizado para a recuperação do SUAS.  Mas o professor da UnB lembra que os estados e municípios devem estar preparados para receber os valores que serão destinados. “Esses recursos que são repassados exige que os municípios e estados tenham conselhos, fundos e que tenham planos para recebimento e aplicação organizada desses recursos, basicamente na proteção social básica e na proteção social especial que visem o fortalecimento de dois aparelhos públicos como o CRAS e o CRES”, reforça. Na opinião do economista da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Renan Gomes De Pieri, os repasses do governo federal para a área da assistência social são fundamentais para os estados e municípios implementarem políticas de apoio às famílias mais pobres. “No Brasil, a rede de proteção social cresceu muito nos últimos 20 anos com diversos programas que tentam identificar quais são as famílias em situações de vulnerabilidade para propor políticas que atenuem essas reações adversas. Esses ajustes nos repasses são importantes sobretudo num contexto de inflação mais alta nos ultimos anos e vão ajudar a fortalecer esse programas sociais”, observa. Previsão orçamentária Uma recomposição orçamentária do governo federal e executada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome vai permitir o repasse de R$ 3,5 bilhões de reais, até o fim de 2023, para fortalecer as políticas sociais nos estados e municípios. Entre os repasses que ocorrem de maneira regular e automática para manutenção dos serviços do SUAS, a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) já transferiu só em 2023 mais de R$ 909 milhões aos estados, municípios e ao Distrito Federal. No pacote, estão serviços cofinanciados nas Proteções Sociais Básica e Especial, incluindo restos a pagar da gestão anterior que só foram repassados neste ano. A pasta informa que ainda existem outros R$ 141 milhões já pagos para o componente da Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz. A transferência do cofinanciamento federal é realizada por meio do Fundo Nacional da Assistência Social (FNAS). Com o lançamento do Programa Emergencial de Atendimento do Cadastro Único (Procad) no SUAS, o MDS conseguiu transferir R$ 199,5 milhões. Os recursos podem ser utilizados para a recomposição de equipes de atendimento, compra de equipamentos e outras necessidades dos municípios e estados. O Índice de Gestão Descentralizada (IGD), usado para medir os resultados da gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único também teve reajustado o valor de referência para cálculo dos repasses. Com isso, os municípios poderão receber R$ 239 milhões a mais neste ano. Agora, a taxa foi elevada para R$ 4, um reajuste de 14,3%. A partir dessa alteração, o MDS acredita que o orçamento total de 2023 atinge a marca de R$ 755,3 milhões, que serão repassados até o fim do ano aos municípios (IGD-M). A previsão orçamentária, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, para até o fim do ano é de mais de R$ 3,5 bilhões, em ações de correção do Cadastro Único, busca ativa de novos beneficiários, e transferências do IGD e do cofinanciamento federal. Da Redação Brasil 61

Governo prorroga prazo para Planos de Mobilidade

O governo federal concedeu novo prazo para que os municípios elaborem seus Planos de Mobilidade Urbana. Agora, cidades com mais de 250 mil habitantes têm até 12 de abril de 2024 para concluir o documento. Já Municípios com até 250 mil habitantes ganham prazo até 12 de abril de 2025. As mudanças constam na Medida Provisória (MP) 1.179/2023, enviada ao Congresso Nacional e que passará pelo crivo da Câmara e do Senado. A medida atende parcialmente a pleitos da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em ofício encaminhado ao Ministério das Cidades em abril, a entidade expôs as dificuldades enfrentadas pelas gestões na elaboração do plano e solicitou a prorrogação dos prazos para que os Entes não fossem prejudicados com impedimento de receber recursos federais destinados à mobilidade urbana. A Confederação, no entanto, havia sugerido a dilatação do prazo para os anos de 2026 e 2027, de acordo com o porte populacional. Outro ponto ainda não solucionado pela União é a questão do apoio financeiro. A entidade alertou ao Executivo federal que prorrogações anteriores não tiveram os efeitos esperados porque foram aplicadas de forma isolada. As gestões locais lidam com dificuldades técnicas e financeiras para formular o planejamento. Assim, para que de fato os Municípios avancem, a CNM reforçou a necessidade de o governo federal conceder, de maneira efetiva, o apoio técnico e financeiro, conforme definido pela Lei 12.587/2012. De acordo com estudo técnico da entidade, é preciso um investimento de cerca de R$ 260 milhões. PlanosO Plano de Mobilidade Urbana é o instrumento de efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), determinado pela Lei 12.587/2012. Ferramenta fundamental para o planejamento, contribui com a otimização dos deslocamentos diários da população e, portanto, com a qualidade de vida e a sustentabilidade. Municípios com mais de 20 mil habitantes são obrigados a elaborar e a aprovar planos de mobilidade, considerando serviços de transporte público, circulação viária, acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade, bem como a operação e o disciplinamento do transporte de carga na infraestrutura viária, entre outras diretrizes.A MP precisa ser analisada por uma comissão mista antes de seguir para os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Da Agência CNM de NotíciasFoto: Alisson Moura – Ecom/PMC

A Revolução da Inteligência Artificial no TCESP

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) está avançando na modernização de suas atividades com o lançamento da ANIA – Assistente Natural com Inteligência Artificial. Baseada na mesma tecnologia do ChatGPT, a ANIA tem como objetivo simplificar e acelerar a análise de documentos em formato PDF, por meio de perguntas em linguagem natural e de uma interface inteiramente em português do Brasil. Com a ANIA, os servidores da Corte de Contas bandeirante podem enviar documentos em PDF diretamente para a assistente que, com seu avançado poder de processamento, irá analisar o texto e responder perguntas específicas sobre o conteú-do dos arquivos, fornecer resumos concisos e até mesmo estruturar o documento em tópicos relevantes. Tudo com segurança e mantendo a privacidade das informações, uma vez que os dados permanecem protegidos dentro do ambiente controlado do TCESP. Essa nova ferramenta representa um avanço tecnológico significativo para o TCESP, pois a ANIA será uma aliada valiosa para os servidores em tarefas que envol-vem a interpretação de informações complexas, como análise de documentos para auxiliar na redação de pareceres. Essa inovação impulsionará a eficiência do trabalho, mantendo a integridade, privacidade e segurança dos dados. Cabe destacar que ANIA é apenas a primeira de uma série de ferramentas de IA disponibilizada, com várias outras em desenvolvimento, mostrando o compromisso contínuo do Departamento de Tecnologia da Informação em evoluir e se adaptar às necessidades do Tribunal. Uma das principais vantagens da ANIA é sua interface simples e intuitiva, o que permite que os usuários interajam com a assistente de forma natural e fluída. Essa usabilidade aprimorada facilita o acesso aos recursos avançados de inteligência artifi-cial, tornando o processo de análise de documentos mais eficiente e acessível para todos os colaboradores do TCESP. A capacidade de aprender com o uso contínuo e a interação com os usuários é também uma característica inerente à Ania, melhorando suas respostas e fornecendo resultados cada vez mais precisos. Essa capacidade de aprendizado contínuo garante que a assistente se adapte às necessidades específicas do TCESP, otimizando os fluxos de trabalho e auxiliando na tomada de decisões embasadas em dados confiá-veis. Com o lançamento da ANIA, o TCESP ratifica sua posição de vanguarda no uso de tecnologias de ponta, pois é uma solução inédita de uso da inteligência artificial generativa aplicada à análise de documentos. Embora existam outras soluções dispo-níveis no mercado, a ANIA se destaca por vários motivos: Além do lançamento da ANIA, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), por meio de seu Departamento de Tecnologia da Informação, está planejan-do uma série de próximas entregas de soluções que utilizam a inteligência artificial generativa e que impulsionarão ainda mais a eficiência e a produtividade no ambiente de trabalho. Algumas dessas próximas entregas incluem: Essas próximas entregas devem aprimorar ainda mais as capacidades da inte-ligência artificial no TCESP, tornando-a uma parceira essencial para os servidores em suas atividades diárias. Ao automatizar tarefas rotineiras e fornecer suporte na análise de dados e na elaboração de documentos, o Tribunal aumentará sua eficiência e per-mitirá que os servidores se concentrem em tarefas mais estratégicas e de maior valor agregado. Com isso, o DTI se mostra comprometido em trazer todo o potencial total da in-teligência artificial para melhorar sua atuação e fornecer um serviço de qualidade ainda maior para a população. Essas iniciativas representam um passo importante nessa direção e mostram a determinação do Tribunal em permanecer na vanguarda da tec-nologia e da inovação no setor público. O futuro promissor da ANIA e suas aplicações na análise de documentos certamente posicionam o TCESP como referência em ino-vação e eficiência no setor público. *Fábio Correa Xavier é Diretor do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP)

Gás natural: um importante vetor de reindustrialização do Brasil

Muito se tem discutido sobre a reindustrialização do Brasil. Uma pesquisa recente da FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia, indica uma queda de aproximadamente 1% ao ano na produtividade da indústria de transformação nas últimas três décadas. A participação brasileira na indústria global caiu quase pela metade nos últimos 20 anos. Um exemplo claro evidenciado pelo setor farmacêutico que, na década de 1980, produzia 55% dos insumos que utilizava. Já em 2020, este percentual caiu para 5%. A reindustrialização do país clama por várias reformas estruturais com o objetivo de restabelecer a competitividade e a produtividade da nação – o que, de fato, requer uma política de estado bem elaborada e uma visão estratégia de longo prazo. Reformas, tais como a tributária, administrativa e política, são essenciais e precisam ser aceleradas. Além disso, o país necessita avanços significativos na educação, qualificação técnica, adoção de novas tecnologias (indústria 4.0), infraestrutura & logística e mais acesso a capital. Assim como no Brasil, mas também em muitos países em desenvolvimento, a solução não é apenas financeira. Mas, sim, em colocar maior foco no aumento da produtividade e na forma como se organiza e aloca mão de obra e recursos financeiros. Se o Brasil melhorasse a sua produtividade e acertasse a política fiscal (controle e disciplina nas contas públicas), teria muito mais acesso a capital para financiar o seu crescimento, seja com recursos de investidores domésticos e/ou estrangeiros. Um dos pilares para a melhoria de produtividade e competividade do país, certamente, passa pela questão da segurança e transição energética. Neste ponto, a produção de gás natural tem uma posição estratégica e de destaque, pois, além de contribuir de forma significativa com estes temas, pode aumentar estes atributos em setores da economia, especialmente se ofertado em quantidades adequadas e a preços competitivos. Portanto, existe um senso comum no mercado de que o gás natural pode ter grande relevância como vetor de desenvolvimento econômico e reindustrialização do Brasil. Mas, como aumentar a oferta de gás natural no curto/médio prazo com preços competitivos? Antes, é importante mencionar que o desenvolvimento de um mercado de gás natural aberto, dinâmico e competitivo, é complexo e pode levar décadas, à exemplo do que vem enfrentando a União Europeia para estabelecer um mercado com estas características. No Brasil, é ainda mais complexo, em função das limitações na oferta doméstica e a posição do agente dominante. A maior parte do gás natural, cerca de 83%, é produzido pela Petrobras, na região do polígono do pré-sal – ou seja, necessita investimentos vultosos em infraestrutura de escoamento da produção por estar longe do continente, em águas profundas e/ou ultra profundas. Além disso, é importante lembrar que a maior parte do gás natural produzido no pré-sal é associado ao petróleo e tem grande teor de gás carbônico (CO2).Assom portanto, para ser utilizado e/ou reinjetado, necessita ser tratado nas unidades de produção em alto mar e/ou unidades de processamento de gás natural (UPGNs) em terra. Segundo boletim de produção da ANP (Agência Nacional de Petróleo), de maio de 2023, a produção doméstica cresceu próximo de 9,6% se comparado ao mesmo mês do ano anterior, atingindo o volume de 144,4 Mm3/dia, sendo que a reinjeção também cresceu e no mesmo período atingiu cerca de 74,9 Mm3/dia, resultando em uma oferta líquida nacional de cerca de 51 Mm3/dia. Para fazer frente à demanda nacional, na ordem 70 Mm3/dia, o país importa um volume de 15-18 Mm3/dia de gás da Bolívia (via GASBOL) e o restante através dos terminais de GNL (Gás Natural Liquefeito). Sendo assim, a oferta de gás natural para o sistema é bastante limitada pela necessidade de reinjeção, pela posição dominante da Petrobras e pela dependência da importação. O resultado é que a demanda industrial se encontra praticamente estagnada há duas décadas, na ordem de 40-43 MMm3/dia – este número inclui o consumo nas refinarias e fábricas de fertilizantes nitrogenados. Desta forma, para que o gás natural se torne efetivamente um vetor de desenvolvimento econômico e de reindustrialização, é necessário que haja um aumento da oferta de gás a preços competitivos e que se defina melhor a contribuição da Petrobras neste novo mercado. A posição dominante da empresa nos diversos elos da cadeia pode inibir novos investimentos, novos entrantes e desacelerar o processo de transformação do setor. O que fazer para melhorar a oferta de gás natural no curto/médio prazo? Certamente, o principal foco poderia ser o aumento da oferta de gás natural proveniente do pré-sal. A questão não é simples, pois envolve impacto na produtividade dos campos e captura CO2 através da reinjeção de gás natural, além da necessidade de se concluir e/ou desenvolver rotas de escoamento da produção para o continente. Adicionalmente, existe a necessidade de continuar desenvolvendo políticas públicas e incentivos para aumentar a produção de gás natural convencional e não convencional (shale gas) no onshore e do biogás, pois todas estas fontes podem significar contribuições importantes para o aumento da oferta doméstica, gerando preços mais competitivos. Outra questão fundamental diz respeito ao posicionamento da Petrobras neste contexto. Em meados de 2019, a empresa firmou com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), um termo de cessação de conduta (TCC) com o objetivo de possibilitar a criação de um mercado mais aberto, dinâmico e competitivo nos diversos elos da cadeia. Importante destacar que a Petrobras, de fato, ainda exerce o monopólio em diversos segmentos do mercado. Portanto, resta entender qual será o direcionamento do CADE nesta questão, já que, recentemente, a empresa manifestou interesse em rever os termos do TCC firmado. As iniciativas de longo prazo também são de vital importância para a transformação do mercado de gás natural e a continuidade no fluxo de novos investimentos. Por exemplo, intensificar a exploração e produção de petróleo em novas fronteiras (como a Margem Equatorial), a revisão do marco legal do licenciamento ambiental e novos investimentos em infraestruturas e logística essenciais – tais como incentivos para ampliação da malha dutoviária, novas rotas de escoamento da produção, unidades de tratamento (UPGNs), além de terminais